A guerra dos tablets foi retomada com o anúncio feito pela Apple, esta
terça-feira, de uma misteriosa apresentação, provavelmente da versão
mini de seu iPad, em 23 de outubro, três dias antes do lançamento do
concorrente da Microsoft, Surface.
No convite enviado esta terça, a Apple não especificou o motivo do evento que organiza em San José, Califórnia, dizendo simplesmente, "Temos um pouco mais para te mostrar".
Mas a imprensa especializada especula há semanas sobre o lançamento de
um iPad menor, que permitiria à Apple manter sua competitividade com os
tablets menores e menos caros da Google e da Amazon.
A confirmação da data, que já teria vazado, foi bem recebida na Bolsa,
onde as ações da Apple fecharam com lucro de 2,37% a 649,79 dólares.
"O evento parece ter sido planejado para ajudar a desviar a atenção da
Microsoft, que deve lançar (a nova versão de seu sistema operacional)
Windows 8 e seu tablet Surface no fim desta semana", avaliam os
analistas do Barclays.
A Microsoft deveria começar a comercializar os dois produtos em 26 de
outubro e anunciou oportunamente esta terça-feira que o tablet Surface,
apresentado em junho e com o qual ingressou no mercado dos tablets,
estaria disponível a partir dos 499 dólares nos Estados Unidos,
exatamente o mesmo preço do iPad atual.
O Surface será inicialmente lançado em sete países: além de Estados
Unidos e Canadá, estão na lista França, Alemanha, Reino Unido, Austrália
e China (incluindo Hong Kong).
O dispositivo tem mais memória do que o iPad pelo mesmo preço (64 GB ao
invés de 32). No entanto, "não estamos certos de que isto seja
motivação suficiente para desviar os consumidores do iPad", afirmaram
analistas do Citi.
A opinião foi aparentemente partilhada pela Bolsa, onde as ações da
Microsoft estancaram em comparação com o dia anterior (-0,07% a 29,49
dólares).
O Citi destacou que a Microsoft provavelmente teve que fazer um
"compromisso", um preço baixo demais com risco de ser mal recebido pelos
grupos informáticos com os quais tem alianças, e que já fabricam suas
próprias marcas de tablets que funcionam com o Windows.
Mas os analistas se dizem "céticos sobre as possbilidades de um novo
concorrente no mercado dos tablets que busca competir (com os atores do
mercado) unicamente pelas funcionalidades".
"A realidade é que há produtos suficientes que atraem os consumidores
com preços baixos para que o Surface fique em desvantagem antes da
temporada de festas", acrescentam.
A concorrência é cada vez mais volumosa no mercado e para se destacar,
algumas empresas não hesitam em ser muito agressivas nos preços: a
Amazon, por exemplo, não esconde que na verdade não busca fazer dinheiro
com seus tablets, mas se concentra nos ganhos derivados de conteúdo
específico. A varejista digital anunciou no começo de setembro as novas
versões de seu Kindle Fire a partir de 199 dólares.
Uma estratégia que parece funcionar, já que a Amazon anunciou, no final
de agosto, ter conseguido conquistar 22% do mercado americano com a
primeira versão do Kindle Fire.
Inclusive a Apple, cujo líder iPad representa ainda 17 dos 25 milhões
de tablets vendidos no segundo trimestre, parece obrigada a reagir
diante desta pressão.
O iPad Mini poderia, portanto, ser vendido a preços a partir de 249 dólares, segundo o Barclays.
De acordo com os boatos, o iPad Mini teria uma tela de 7,85 polegadas
(19,9 cm), frente às 9,7 polegadas (24,6 cm) da versão atual.
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